RSS

Arquivo de etiquetas: banana e farinha

Casa da Mãe Joana – Hambúrguer de Barreado

C360_2012-02-28-17-46-07

No ritmo preguiçoso de férias(mesmo não estando de férias) e de início de ano, estamos na atividade.
O bonde não para!

“Casa da Mãe Joana”, já começo achando o nome do lugar bem bom. Me lembra Mãe brigando com o filho porque a casa está uma zona. “Parece a casa da mãe Joana isso aqui!”
Se bem que essa Casa mesmo parece uma casa de vó, e bem arrumadinha.

O lugar tem um lance tipo aquela Casa di Bel que mais parece o Sítio do Pica Pau Amarelo, onde nada combina com nada, é muita coisa pendurada, é muita informação, você fica sem saber para onde olhar. Na Casa da Mãe Joana o negócio é mais simples, visualmente é mais limpo e agradável, tem várias coisas decorativas antigas que vão desde um refrigerador de alguma mercearia até mesinha e telefone de discar, bules de porcelana, quadrinhos gringos que os Caçadores de Relíquias do History Channel adoram, latas e várias outras coisas. Tem uma área externa com umas mesas, chão de pedrinhas brancas e redes para quem sabe tirar um cochilo, tipo baiano.
O lugar tem um ar de carimbóGaribaldis e Sacis, bicho grilo da reitoria, só que mais arrumadinhos e que felizmente essa referência não se manifesta na trilha sonora, que foi do Jazz ao Rock e nada de MPB lésbica da nova geração.

Agora falando da comida, quem acompanha o blog ou leu alguns posts já deve ter percebido que meu negócio é testar o tradicional de cada lugar, e nas poucas vezes que me aventurei, deu merda, parceiro! Veja aqui um exemplo.
Mas hoje depois de muito pensar e olhar para o cardápio diversas vezes, aceitei o desafio do Yuri e arrisquei encarar uma coisa nova que tem tudo para dar errado, um X-Barreado.

Sim, um hambúrguer de Barreado. Para quem não é do Paraná, (momento wikipedia), o Barreado é um prato tradicional do estado, mais precisamente do litoral. A turistada adora ir para Morretes e Antonina comer essa parada. Basicamente é carne de boi desfiada que fica cozinhando por umas 12h numa panela de barro lacrada com uma massa feita de trigo, e servido com farinha e banana.
Com doze horas de cozimento (hoje deve ser feito na panela de pressão com muito menos horas) já da para imaginar como as fibras musculares ficam completamente relaxadas, a carne fica muito molinha e desmanchando, o negócio vira quase uma “sopa de carne”.

Eis que os filhos da mãe Joana resolvem remontar esse prato num sanduíche. E o pior é que fica interessantemente bom!

_MG_0006

Detalhe para a bela apresentação do prato. Sanduíche, salada, molhinho de maionese e banana chips.

O pão é um pão d’água coberto com um pouco de fubá, particularmente gosto bastante de pão assim, bem molinho e sem casquinha crocante quebrando. Há que quem ache ruim e diga que é tipo pão amanhecido e, por isso poderia ser arriscado usar num hambúrguer de quase vinte reais.
Mas um cara que faz um sanduíche que tem banana com bacon e carne não está com medo de arriscar.

Sim, bacon e banana que incrivelmente combinam. A banana fica predominante na maior parte do tempo, e nas duas ultimas mordidas já estava começando a ficar enjoativo, mas em alguns momentos você sente bem o bacon, e às vezes a mistura dos dois, é interessante e longe de ser ruim.
São duas tiras classudas de um bacon muito bonito e com pouca gordura, até abri o sanduba para conferir e gostei bastante do que vi lá dentro. Também duas fatias de banana grelhada por cima do queijo, que, diga-se de passagem, é apresentado numa quantidade legal de muçarela (com ç mesmo, como no cardápio) com direito ao efeito estica e puxa,essa é a festa da Xuxa.

Assim como a banana, o hambúrguer também tinha suas belas marcas de grelha. Feito com a carne do barreado, não sei direito, mas pelo que me pareceu a carne desfiada foi processada(batida) para poder dar a liga necessária para moldar o hambúrguer.
Fica uma textura diferente, mais macia e sem a “granulação” da carne moída tradicional, quase não tem resistência ao morder e o pedaço se desmancha ao mastigar.
E como a carne já foi cozida não tem isso de mal passado ou no ponto sangrando, nem seca nem molhadinha, esse é o ponto que fica.

Tudo isso junto e logo na primeira mordida me surpreendo com uma das coisas mais macias que já mordi (incluindo pessoas), é tipo comida para velho banguela, bem legal.

Acompanha também uma porção de salada considerável, muito maior do que viria dentro de qualquer hambúrguer. Dois tipos de folhas (alface crespa e alface frisé), cenoura ralada, e um tomatinho cereja cortado ao meio. Além de um potinho com a maionese local, que nem usei muito mas é mais líquida que a normal e com um gostinho de alho e(ou) cebola.

No cardápio dizia batatas rústicas, mas veio uma surpresa na vibe do passeio na feirinha de Morretes no final de semana.  Bananas chips, banana frita como se fosse batata. Fica meio seca, parece uma madeirinha, é legal por ser diferente, mas eu prefiro batata, ainda mais se forem rústicas.

“A Casa”
 fica na Jerônimo Durski, esse nome que já lembra o que? Madero, né, seus bois de presépio.
Curitibano tem mania de fazer sempre as mesmas coisas, frequentar sempre os mesmos lugares…  Acho que vale uma boicotada no Madero e passar na Casa da Mãe Joana para experimentar um hambúrguer diferente, bem diferente, e bom, na mesma faixa de preço do Madeireiro.

Ficha técnica:

Hambúrguer de Barreado

Ingredientes: “Hambúrguer caseiro de barreado grelhado com fatias de bacon, coberto com queijo muçarela derretido, rodelas de cebola e banana assadas em forno a lenha. Acompanha mini salada, batatas rústicas fritas e maionese especial”.

Preço: R$18,00 + 1 Itubaina (que troço doce!)  + 1 coca-cola lata = R$27,50 (caro para um lanche mas vale por uma refeição).

Ponto alto: Apresentação, bons ingredientes, inovação, e o gosto, claro.  

Ponto baixo: Preço.

Avaliação: A

A Casa da Mãe Joana fica na rua Jerônimo Durski, 1010, no Bigorrilho. Terça à Sexta: 18:30 – 00:00, Sábado e Domingo 12:00 – 16:00   –  (41)3092-2322

 
4 Comentários

Publicado por em 01/18/2013 em Uncategorized

 

Etiquetas: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,