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Good Burger Around the World – Parte II

02 Ago
imagem do google.

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“I know, I know, for sure

Deng deng dong dong deng deng dong dong deng deng”

– Anthony Kiedis

Ah, viajar! Botar umas paradas na sacola, pegar uma condução, ir pra bem longe, dormir em espeluncas, andar até fazer bolha no pé, ficar doente em condições adversas, comer comida esquisita – passar fome se preciso for! –, levar uma vida sem frescura por um determinado período de tempo e depois voltar para o conforto do lar. O que a gente ganha com isso? Tudo, ora bolas! Mas para o que serve para nós nesse exato momento é apenas uma coisa: os hambúrgueres que nós comemos. Esses que, pela distância geográfica, configuram-se como raridades exóticas, mesmo que não sejam nada diferentes do que encontramos por aqui.

Enquanto o Murilo ia para os quatro cantos do hemisfério norte central, cruzando a Europa de cabo a rabo e dando uma espiadinha na borda de outros continentes, eu fiz um rolê mais ortodoxo e menos apressado. Meu plano era visitar os países da antiga União Soviética, ver aqueles que foram dos primeiros a entrar e dos últimos a sair dessa ciranda maluca do comunismo não-rural. Então, como uma meta simples, conhecer os países bálticos era algo razoável, já que a Bielorrússia estava fora de questão com seu visto exorbitante, e a Ucrânia estava longe demais e exigiria passar pela maldita Bielorrússia, está feito meu roteiro. Um hambúrguer em cada país, e vamos por partes. As férias do Goodburger estão oficialmente encerradas e semana que vem estaremos aqui com mais pesquisa de campo.

Tallin, Estônia

Eesti

Mad Murphy’s – Mad Burger

Grandes bostas, vocês pensariam. Ir até a Estônia e comer um hambúrguer num pub irlandês é pra acabar mesmo. Mas, amigo, o que eu posso fazer? Não estava procurando o legítimo hambúrguer estoniano, apenas calhou de, num domingo agradável, eu ter descolado uma apresentação no pub. Toquei uns Bob Dylan e uns Johnny Cash acompanhado por uma violinista polonesa e por um acordeonista estoniano, uma diversão que só, e todo mundo do meu albergue foi lá ver a gente. Uma noite divertida, sim senhor. O Mad Murphy’s é o típico pub, com seus pints, seus bêbados alegres, suas televisões passando algum esporte, seus dardos e seus garçons antipáticos.

Mad Murphy's

O hambúrguer em questão é a única opção do lugar, e vem com um hambúrguer caseiro, alface, tomate, molho barbecue, maionese e queijo cheddar, acompanhado por fritas caseiras, cortadas em toletes que mais pareciam polenta frita. O hambúrguer em si é bem bom, comparativamente falando, e que felicidade de ver queijo cheddar derretido pela primeira vez na vida, e não a pasta processada popularizada pelo Cheddar McMelt. O tomate estava bem vermelho, mas a alface parecia velha, e o pão não era lá essas coisas. As batatas estavam boas, mas a qualidade geral é bem inferior aos lanches brasileiros.

Preço: 6,10 euros, ou 18 reais. Tá ok. Levaria um C-.

Riga, Letônia

Letônia

Fontaine Delisnack – Big Louie Boy

Cara, eu queria muito que tivesse um Fountaine Delisnack aqui na minha cidade. Puta lugarzinho massa no miolo da velha Riga, a gema dos Bálticos, como assim foi chamada um dia antes de ser dominada pelas máfias russas, polonesas, ucranianas, enfim, todas as máfias do mundo. Primeiro porque o lugar tem uma variedade imensa de pratos, e abrange a nova cozinha americana, mas mistura ingredientes chineses, sauditas, mexicanos, enfim, tudo o que se possa imaginar. Segundo, é 24 horas, e perfeito para você passar por ali e se empanturrar num café da manhã insalubre e nada recomendável. Todo mundo que trabalha lá é bem jovem e completamente tatuado, acho que ter cara de maluco é requisito básico pra mandar o CV.

Fontaine Delisnack

O Big Louie Boy nem foi o hambúrguer que eu mais gostei de lá (é óbvio que voltei para experimentar pelo menos três), mas foi o único que eu registrei em foto. Basicamente sua concepção é ser um hambúrguer extremamente picante, e não posso dizer que falha nesse objetivo. Dois hambúrgueres de 90g, queijo, chilli, maionese picante, tomate e cebola frita. De longe, esse foi o hambúrguer mais saboroso que eu comi nessa viagem e em muitas outras, uma pena que ele não vem acompanhado por fritas. Sou meio fraco para coisas apimentadas, e comecei a suar igual a um condenado pra comer, e tive que parar e começar a comer bem devagar porque minha boca estava pegando fogo (e na hora que sai, não queira saber), mas vale muito a pena e sacia a fome como poucos.

Preço: 3,80 Lats, ou 5,40 euros, ou 16,40 reais. Um bom preço para um bom hambúrguer e um lugar muito simpático. B-.

Vilnius, Lituânia

Lieutva

Bix Bar – Bix Burger

Vilnius não parece a capital de um país. Parece uma cidade do interior de São Paulo, dessas bem sem-vergonhas, mas é abarrotada de hipsters e moderninhos em geral. O Bix Bar é um dos redutos favoritos da galera da cidade, e comporta várias tribos e várias faixas etárias.

Bix Burger

Mas, meu irmão, olha essa porcaria de hambúrguer. Um lugar desses ali no São Francisco não se criava, hein? Carne, queijo, alface, tomate e molho à base de páprica. Tudo da pior qualidade, como vocês podem ver, e nem uma batatinha pra acompanhar. A carne cinzenta, meio fria e sem sabor parecia um composto de lixo orgânico (a salada já meio podre servia pra reforçar essa sensação). O molho era absurdamente horroroso e o pão, se fosse da semana passada, tava no lucro. Uma desagradável experiência pela minha rápida passagem pela Lituânia.

Preço: 12,90 Litas, ou 3,75 euros, ou 11,40 reais. Péssimo. E-, sorte que não é rankeado aqui.

Varsóvia, Polônia

Polska

kroWarzywa – Saitanex

EEEEEEEEEPA! Páááááára! Pááára! Será que é hoje que o Good Burger vai comentar um sanduíche vegano, feito a base de seitan, pepino, broto de feijão, rúcula, alface e tomate?

kroWarzywa

Acho que seria uma boa, mas a decisão mais sensata por hora é dizer não.

 
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Publicado por em 08/02/2013 em Uncategorized

 

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